Falei rapidamente com o chef por email e a entrevista estilo ping-pong está aqui.O blend dele, na descrição própria, pois ninguém melhor que o autor para explicar a obra: “intensidade aromática, um equilíbrio perfeito entre acidez e amargura, uma doçura agradável e um corpo presente.As notas de chocolate (escuras) destacam-se acima das outras, como as de pão torrado e cereais, nuances picantes marcam o sabor final”.
Luiz Horta: Você já conhecia a illy antes desse convite para ser embaixador?
Felipe Rodrigues: “Sim já conhecia, vivi e trabalhei na Europa por alguns anos e tinha contato com Illy, como consumidor”.
-LH: Como foi a proposta?
-FR: “Recebi a proposta com muita surpresa e entusiasmo durante uma reunião e café (da illy) no lobby do Palacio Tangará. Achei uma oportunidade incrível e única. Quando me apresentaram o projeto, imediatamente eu sabia que queria participar, por se tratar de um projeto vindo da illy, uma marca que eu sempre gostei e respeitei. Consumo café (da illy) diariamente, e em grandes quantidades.
-LH: Como foi a experiência de conhecer a sede, na Itália, e preparar seu próprio blend?
-FR: “Achei a experiencia fantástica, superou minhas expectativas. Fiquei impressionado com a estrutura da empresa em Trieste, a busca incansável por qualidade e consistência e a inovação contínua, tudo isso dentro de um ambiente familiar, descontraído e muito cordial. Foi uma introdução gradual ao que a illy representa até chegarmos no blend, que foi finalizar de verdade o projeto: conseguirmos chegar numa composição que me representasse”.
-LH: Em quais critérios se baseou para definir as proporções das origens de grãos do seu blend?
-FR: “Utilizei como base notas que sempre busco e aprecio, uma harmonia entre acidez, corpo e amargor. Posteriormente notas de pão tostado, chocolate e doçura. Chegamos na definição do blend na quarta tentativa, mais ou menos levamos duas horas para ficarmos satisfeitos” [claro que é como aquela história do pintor do imperador, nestas duas horas, que parece ser um tempo curto, há uma longa experiência dos dois lados, técnicos da illy e chef. Comentário meu, LH].
-LH: Em que ocasiões pretende servir o blend?
-FR: “Ele será servido nos restaurantes do Palacio Tangará e em alguns eventos pontuais. Posteriormente faremos um cardápio especial de cafés onde iremos expandir diferentes métodos e técnicas relacionadas ao café.
-LH: Você pretende fazer algum prato que leve café, como alguma sobremesa?
-FR: “Sim, estou desenvolvendo uma sobremesa que realce as notas do blend. Provavelmente as notas de caramelo, pão tostado e chocolate estarão bem presentes nessa sobremesa assim como uma granita com o espresso extraído do blend”.
-LH: Para o verão alguma ideia de introduzir um cold brew? Seu grão é exclusivamente para espresso ou vc acha que funciona com outro tipo de extração?
-FR: “Eu particularmente gosto de cold brew, mas preciso testar com o blend e ter certeza que essa bebida terá características que se aproximem das notas marcantes do meu café. Sobre os diferentes métodos de extração , o blend também funciona com muitos deles, pois já foi testado com French Press (prensa francesa) e V60 (coador de papel). Estamos analisando quais métodos iremos introduzir em 2020”.